Pular para o conteúdo principal

TIPO DE BIKE X ROTA (Asfalto, Trilha)

Para determinar qual o tipo de bike vai ser mais adequada ao seu perfil depende do tipo rota / trilha, depende da distância e/ou ritmo que você pretende ter.

As mountain-bikes são bicicletas que a priori atendem a todo tipo de terreno (tanto que em portugal em nos países hispânicos são chamadas de BTT – Bicicletas Todo Terreno). Mas se você for fazer um percurso longo, é melhor pelo menos trocar os pneus por pneus slick (lisos e, de preferência, finos), porque isso vai deixar a bicicleta mais “leve” por ter menos atrito com o solo.

 

Seria mais ou menos isso:

- Para andar dentro da cidade, apenas em ruas asfaltadas: qualquer tipo de bicicleta, seja estradeira, mountain-bike, bicicletas de passeio, comfort-bikes, reclinadas, etc., etc. Com uma ressalva: se o asfalto for muito ruim e esburacado, ou se parte do percurso é de paralelepípedos ou outro tipo de piso baseado em blocos de pedra/concreto/etc., fica ruim para uma bicicleta de estrada.

- Para pegar estrada de asfalto, o ideal é uma estradeira, que o pessoal geralmente chama de speed, aquelas bicicletas que têm um conjunto mais leve, que colocam o ciclista em uma postura mais aerodinâmica, tem pneus finos, etc. Reclinadas também se dão muito bem nesse tipo de terreno, principalmente se a distância é longa. Dá pra usar mountain-bike também, mas é bom trocar os pneus por pneus slick, que são mais finos e sem cravos (senão haja perna) e quem estiver em uma MTB não vai conseguir acompanhar o ritmo dos speedeiros, não só porque a bike é mais pesada mas também pela aerodinâmica do conjunto e pela relação de marchas. Se o grupo todo estiver de MTB, beleza, mas de speed você iria mais longe.


- Para fazer uma cicloviagem (uma viagem de vários dias usando como meio de transporte principal a bicicleta) você precisa de uma bicicleta diferente, que não é uma mountain-bike e nem uma estradeira, que tenha bagageiros para pendurar alforges e etc. Para isso é preciso preparo (psicológico e físico) e planejamento, se um dia você for querer fazer isso posso te indicar umas boas fontes de consulta.

- Para fazer trilhas leves (basicamente estradas de terra sem muitas pedras nem buracos), você precisa de uma mountain-bike, que pode ser até essas bicicletas de supermercado que chamam de mountain-bike mas que pra mim não são, são bicicletas de passeio. Outros tipos de bicicleta estão fora de questão (com exceção de alguns tipos de reclinadas).

- Para fazer trilhas de nível técnico médio e alto (estradas de terra muito esburacadas, com pedras, “costelas” e valetas, single-tracks, barro, etc.) você precisa de uma mountain-bike de verdade (as de supermercado não aguentam). Essa bike não precisa necessariamente ter suspensão atrás, mas tem que ter quadro e rodas resistentes, pneus adequados e uma suspensão razoável na frente, além de um conjunto de peças que não coloquem em risco a sua segurança. Comprar uma bicicleta de 100 reais e ir pra uma trilha de verdade com ela é ter que deixá-la por lá (e talvez deixar alguns dentes junto com ela).

- Para fazer Downhill (que a grosso modo é descer ladeira), você precisa de uma bicicleta especializada e cara, além de muita técnica. No downhill o ciclista precisa saltar obstáculos em meio à descida, literalmente “cair” no que chamamos de drops e enfrentar situações de risco e perigosas. Quem pratica isso a sério o considera, junto com o Freeride, como “o lado extremo do ciclismo” (embora pra mim isso seja uma definição mais egocêntrica do que descritiva, porque passar dias viajando de bicicleta sozinho no meio do nada tanbém é um tanto “extremo”). De qualquer forma, é preciso uma bicicleta muito boa, equipamento de proteção adicional (capacete fechado, colete, joelheira, etc.) e uma boa dose de coragem. Talvez até um pouco de falta de instinto de auto-preservação, hehe.

 


Quanto a uma bike servir para os dois tipos de passeio, dá pra subentender do texto acima, mas é mais ou menos o seguinte: se você tem uma estradeira, você consegue fazer estrada e passeios no asfalto (mas cuidado com buracos e valetas, podem estragar as rodas). Se você tem uma mountain-bike, consegue fazer tudo, mas se for pegar estrada recomendo trocar o tipo de pneu.

Se você tiver uma bicicleta de baixo custo, dessas de supermercado, consegue fazer passeios no asfalto, trilhas leves e até um pouco de estrada, mas com algumas ressalvas: em trilhas leves ela pode quebrar ou entortar a roda e te deixar na mão; em estrada, ela pode dar algum problema e também te deixar na mão no meio do nada. Em ambas as situações, você pode ter que voltar quilômetros empurrando ela (caso ainda dê para empurrar).


Em qualquer passeio que você for fazer, principalmente se fora do perímetro urbano, é bom todo mundo levar:

- Água: essencial

- Comida: não precisa levar marmita, pode ser barrinha energética, biscoito ou um sanduíche pequeno de pão com geléia, por exemplo. Você não vai querer ficar de barriga cheia, mas também não pode passar fome. Se o passeio for na cidade, você pode fazer uma parada em algum lugar para comer alguma coisa e tomar um suco. Recomendo que não tome refrigerante e prefira água, suco ou isotônico, porque refrigerante mata a sede mas não hidrata o corpo.

- Ferramentas: você pode precisar apertar algum parafuso no meio do caminho. Se sua bike é boa, você só precisa de chaves allen, que são vendidas em forma de um “canivete” que em vez de lâminas tem diversos tamanhos de chave. Chave de corrente também é bom ter, se ela quebrar você tira o elo ruim e emenda de novo, pra poder pedalar até em casa (depois compre outra corrente!).

- Câmara reserva: se furar o pneu, você troca a câmara e continua. Não esqueça as espátulas para tirar o pneu e, se a bicicleta não tiver blocagem, da ferramenta para tirar a roda. Se o percurso for longo, leve duas câmaras.

- Kit de remendo: se todas as câmaras furarem, você vai precisar remendar alguma delas para prosseguir. Um kit de remendo custa 2 ou 3 reais e quase não ocupa espaço, não custa levar. Consiste em cola, lixa e pedaços de borracha especiais para fazer o remendo (antigamente chamados de manchões), que devem ser previamente cortados em círculos do tamanho de uma moeda.

- Um documento (pode ser uma xerox do RG) e um papel com o telefone de um parente em caso de emergência e seu tipo sangüíneo, para poderem te ajudar se for necessário. A gente torce pra nunca precisar, mas também não custa nada levar. Isso pode ajudar a salvar sua vida.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

CICLISMO E DORES NAS COSTAS

As dores nas costas não são um sofrimento específico do ciclismo ou mountain bike, mas sim um mal que atinge grande parte da população mundial. As dores normalmente estão associadas à má postura, vícios, sobrecarga no trabalho, desvios estruturais, traumas, etc. A coluna vertebral pode ser dividida em quatro partes: coluna cervical, torácica, lombar e sacral, cada parte formada por vértebras e discos que protegem a coluna de impactos e permite que ela seja flexível sem danificar suas estruturas. Quando flexionamos as articulações da coluna e do quadril, colocamos parte do nosso peso fora do eixo da coluna, o que fará com que os músculos se contraiam para evitar uma queda. Essas contrações bem como a carga do próprio músculo geram uma sobrecarga nas vértebras, ligamentos e discos da coluna. Normalmente o organismo suporta bem essas sobrecargas, mas quando elas são prolongadas ou muito intensas, podem causar dores mais fortes, geralmente por desgaste muscular ou por motivos mais

QUAL É MELHOR : PEDALAR UMA VEZ POR SEMANA OU NENHUMA?

Você já deve ter ouvido falar dos famosos atletas de fim de semana. Pode até ser que o termo não lhe seja familiar, mas provavelmente deve conhecer alguém assim, que sai para fazer alguma atividade física apenas nas suas folgas, muitas vezes uma vez por semana, e acaba exagerando na dose em muitos momentos. Pedalar, ou realizar qualquer outra atividade física, de forma esporádica é algo bem arriscado, já que pode agredir o corpo diretamente, pelo motivo de ele ainda não possui uma forte resistência física. “Não é recomendado pedalar ou correr uma vez por semana, pois o corpo não vai ter nenhum benefício com a prática, apenas vai ter uma maior probabilidade de sofrer com lesões”. Os principais problemas recorrentes da prática esporádica são as possíveis contusões, que tendem a acometer a musculatura, os tendões, as articulações e o menisco. Porém, elas costumam ter mais aparições em pessoas que fazem esses exercícios em alta intensidade, o que, para os atletas de um dia só,