Pular para o conteúdo principal

CADÊNCIA NAS PEDALADAS


O simples gesto de pedalar exige um conjunto de contrações e relaxamentos musculares coordenador em um tempo limitado. Quando a cadência (rpm) está entre 100-105 pedaladas por minuto (algo freqüente no plano e nas descidas), um ciclo de pedalada completo se realiza a cada seis décimos de segundo. E, neste curto espaço de tempo, intervêm simultaneamente grande quantidade de músculos que se contraem enquanto outros, considerados antagonistas, relaxam. O ato de contração e relaxamento dos músculos, na seqüência, é muito importante para que não haja resistência contrária ao ato de pedalar. E também significa economia no consumo de energia.

Todo este conjunto de ações musculares será convertido no trabalho positivo sobre o pedal. Este trabalho é a técnica da pedalada, em seu sentido mais específico e importante.

Enquanto pedalamos, é muito comum passar por fases em que o trabalho muscular não é só positivo, mas também negativo. Isso acontece quando a força que geramos se opõe ao próprio movimento, o que acaba limitando e comprometendo sua eficiência.


Quando acompanhamos provas de ciclismo de estrada, fica nítido que os ciclistas possuem diferentes ritmos de cadência. Muitos não têm noção de que ela, a cadência, representa a eficiência mecânica de um ciclista, oferecendo custo energético baixo, sendo essencial principalmente em provas de longa duração.

Reflita comigo: sendo mais veloz a fase de contração muscular, o fluxo sangüíneo e o transporte de oxigênio aumentam devido à diminuição da pressão intramuscular, o que promove um fornecimento de energia maior. Além disso, em termos de força, uma cadência maior exige muito menos potência muscular, o que diminui significativamente a sobrecarga nos músculos, tendões e ligamentos.

Um cadência elevada (acima de 90 rpm) permite que se mantenha uma determinada potência sem que se aplique uma sobrecarga de força nos pedais. Exemplo: para gerar uma potência de 300 Watts, é necessário que o ciclista pedale a uma cadência de 60 rpm e aplique uma força relativa de quase 60 kg nos pedais; mas, se o ciclista aumenta sua cadência para 90rpm, ele consegue gerar os mesmos 300 Watts aplicando uma força relativa de 35 kg nos pedais (Coast & Welch).

Estudos demonstraram que uma cadência maior durante a pedalada é de extrema importância para os ciclistas, mas é necessário que o atleta aprenda a pedalar confortavelmente desta forma e que encontre a relação de marchas mais adequada (no plano e nas subidas). Tudo para que possa aproveitar ao máximo essa técnica.


Treinando a cadência

É recomendado que esse tipo de treinamento técnico seja inicialmente realizado duas vezes por semana, e apenas durante uma parte do treino. Assim, não haverá sobrecarga dos tendões, nervos e músculos, uma vez que ainda não estão preparados para receber uma carga de cadência muito alta. Por isso também é muito importante que no início se faça um a recuperação de pelo menos 48 horas entre estes treinos técnicos, para evitar lesões e também para que se tenha um bom desempenho. Aumente o treino das sessões a cada semana até que se torne algo natural e confortável. Não tenha pressa!

Aprendendo e melhorando a coordenação e a cadência da pedalada

1º - Conhecimento e conscientização do gesto;

2º - Exercícios com pedaladas conscientes;

3º - Pedalar com uma só perna (alternar);

4º - Pedalar com as duas pernas focando o giro dos joelhos;

5º - Busque a automatização do movimento.

Bons treinos e boa cadência!



Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

CICLISMO E DORES NAS COSTAS

As dores nas costas não são um sofrimento específico do ciclismo ou mountain bike, mas sim um mal que atinge grande parte da população mundial. As dores normalmente estão associadas à má postura, vícios, sobrecarga no trabalho, desvios estruturais, traumas, etc. A coluna vertebral pode ser dividida em quatro partes: coluna cervical, torácica, lombar e sacral, cada parte formada por vértebras e discos que protegem a coluna de impactos e permite que ela seja flexível sem danificar suas estruturas. Quando flexionamos as articulações da coluna e do quadril, colocamos parte do nosso peso fora do eixo da coluna, o que fará com que os músculos se contraiam para evitar uma queda. Essas contrações bem como a carga do próprio músculo geram uma sobrecarga nas vértebras, ligamentos e discos da coluna. Normalmente o organismo suporta bem essas sobrecargas, mas quando elas são prolongadas ou muito intensas, podem causar dores mais fortes, geralmente por desgaste muscular ou por motivos mais

QUAL É MELHOR : PEDALAR UMA VEZ POR SEMANA OU NENHUMA?

Você já deve ter ouvido falar dos famosos atletas de fim de semana. Pode até ser que o termo não lhe seja familiar, mas provavelmente deve conhecer alguém assim, que sai para fazer alguma atividade física apenas nas suas folgas, muitas vezes uma vez por semana, e acaba exagerando na dose em muitos momentos. Pedalar, ou realizar qualquer outra atividade física, de forma esporádica é algo bem arriscado, já que pode agredir o corpo diretamente, pelo motivo de ele ainda não possui uma forte resistência física. “Não é recomendado pedalar ou correr uma vez por semana, pois o corpo não vai ter nenhum benefício com a prática, apenas vai ter uma maior probabilidade de sofrer com lesões”. Os principais problemas recorrentes da prática esporádica são as possíveis contusões, que tendem a acometer a musculatura, os tendões, as articulações e o menisco. Porém, elas costumam ter mais aparições em pessoas que fazem esses exercícios em alta intensidade, o que, para os atletas de um dia só,

TIPO DE BIKE X ROTA (Asfalto, Trilha)

Para determinar qual o tipo de bike vai ser mais adequada ao seu perfil depende do tipo rota / trilha, depende da distância e/ou ritmo que você pretende ter. As mountain-bikes são bicicletas que a priori atendem a todo tipo de terreno (tanto que em portugal em nos países hispânicos são chamadas de BTT – Bicicletas Todo Terreno). Mas se você for fazer um percurso longo, é melhor pelo menos trocar os pneus por pneus slick (lisos e, de preferência, finos), porque isso vai deixar a bicicleta mais “leve” por ter menos atrito com o solo.   Seria mais ou menos isso: - Para andar dentro da cidade, apenas em ruas asfaltadas: qualquer tipo de bicicleta, seja estradeira, mountain-bike, bicicletas de passeio, comfort-bikes, reclinadas, etc., etc. Com uma ressalva: se o asfalto for muito ruim e esburacado, ou se parte do percurso é de paralelepípedos ou outro tipo de piso baseado em blocos de pedra/concreto/etc., fica ruim para uma bicicleta de estrada. - Para pegar estrada de a