A alegria das primeiras pedaladas rumo ao restaurante novamente dava espaço para a preocupação. Heberte ficou para trás... O que teria acontecido??? Será que ele teria desmaiado na beira da estrada e teria sido comido pelas formigas? Jairo (o do cobertor, você se lembra?) deu meia volta e, numa pedalada “forte” voltou para ver o que tinha acontecido. Enquanto isso eu e o André ficamos parados à beira da estrada cercado por urubus... Depois de alguns minutos de angústia (bom... na verdade estávamos contando piadas e mexendo em joguinhos no celular) tivemos o retorno do Jairo. Ele foi logo dizendo : “O cara disse que tá morrendo e que é para você pegar o carro dele e ir buscá-lo.” Ufa! Heberte não tinha morrido... e não tinha sido comido pelas formigas!!! Fiquei mais aliviado... bom... mas se ele disse que está morrendo... então deixa eu bater pedal e ir buscá-lo! Lá fomos nós... Eu, Jairo e o André... O André estava engraçado demais!!! A sua bike invergada agora já não mudava marcha e além disso agarrava o freio! Pois é! Quem ia atrás do André sentia um cheiro de borracha queimada que estava engraçadíssimo... O conjunto da obra era engraçado : Bike invergada, cheiro de borracha queimada, sangue jorrando e o cara “zoando todo mundo”... Ôu... o André literalmente não existe!
Chegamos ao restaurante Topo do Mundo, coloquei a bike no carro e fui buscar o Heberte. Na beira da estrada, num boteco de um posto abandonado lá estava ele...
Ao chegar perto fiz, de novo, aquela pergunta idiota: “E aí cara??? Tudo bem???”... Sabe quando uma pessoa te manda para “aquele lugar” urrando e gesticulando??? Pois é... ele me mandou “para lá” só com o olhar!!! Fiquei em silêncio, ajudei o cara a levantar, tirei as formigas que estavam em suas costas e entramos no carro... Aí é que foi “phoda” pois o cara, ao mesmo tempo que pisava fundo no acelerador, fechava os olhos, falava que ia vomitar e que a sua esposa ia matá-lo pelo atraso... Realmente as coisas não estavam legais para ele... Será que ele ficaria muito chateado se eu pedisse para descer? No retrovisor só via a minha bike chaqualhando lá trás... Quando ia fazer uma outra pergunta ele fez aquela manobra de “chamar o juca”, mas nada voltou... heheheh... Também voltar o que né? Acho que a sua última refeição tinha sido um biscoitinho Cream cracker as 06:00hs da manhã, pois estava fazendo uma alimentação leve para a trilha. São nesses momentos que agente prova que é amigo. Olhei para ele e disse: “Cara você realmente não está legal? Quer que pegue o carro?”... Cara... é impressionante como ele tem a habilidade de mandar agente para tudo quanto é lugar, mandar ficar quieto e calado só com o olhar... Fiquei na minha então... O problema é que ele dirigia balançando o corpo igual ao Ray Charles quando tocava teclado... parecia que estava num barco e que a qualquer hora ele ia vomitar... o problema é que certamente seria em cima de mim... E assim fomos até que chegamos perto de minha casa... ele me deixou na esquina e “saiu vazado”. Hoje tive notícias dos bikers : Heberte não morreu, recuperou-se e que está bem; André recebeu 2 "bolsas" de sangue no Hemominas e está em recuperação; Jairo está bem... . Pois é meus amigos... essa foi a nossa pedalada na Trilha do Topo do Mundo... Alguém aí se candidata para o próximo passeio???
Comentários