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AVALIAÇÃO DA POSIÇÃO FRONTAL X DESEMPENHO DA BIKE


Os estudos com ciclistas crescem em número e qualidade, ainda bem. São inúmeras as áreas de investigação e os resultados se mostram interessantes e de grande importância para o desempenho esportivo.

Em pleno 2011 muitos atletas e técnicos acreditam que o segredo para o sucesso esta resumido em APENAS transpirar muito e treinar até a exaustão. Faz tempo que isso deixou de ser uma verdade e os detalhes, quando bem analisados e aplicados corretamente, fazem muita diferença.
É muito comum encontrar atletas amadores e profissionais desajustados na bicicleta, deixando de evoluir porque o trinômio conforto x desempenho x eficiência não está corretamente relacionado. Vale ressaltar que a postura interfere na resistência do ar e na velocidade.

Quanto maior a velocidade de um ciclista, maior será o esforço para vencer a resistência do ar, especialmente as acima de 30 km/h. Estima-se que 90% da potência produzida durante a pedalada seja utilizada para sobrepor a resistência do ar, o que justifica a utilização do vácuo como estratégia para poupar energia durante os treinos e competições de ciclismo.

O maior vencedor do Tour France, o ciclista Lance Armstrong, em inúmeras ocasiões fez análises do seu posicionamento na bicicleta utilizando o que muitos pesquisadores consideram o padrão ouro, a avaliação em túnel de vento. Mas este procedimento, apesar de ser excelente é caro, complexo e realizado em poucos locais no mundo.

Umas das alternativas é a quantificação da área frontal do ciclista que é exposta à resistência do ar. Esta variável ajuda a explicar o desempenho dos atletas, especialmente em situações como competições contra o relógio.

Alguns pesquisadores afirmam que até mesmo o posicionamento das mãos pode exercer influencia positiva no desempenho reduzindo a resistência do ar na área frontal, um resultado fantástico!

Prefiro não comentar sobre números e o quanto esta variável pode ajudar no desempenho. Em minha opinião a questão não é muito simples e necessita de análises detalhadas, incluindo as características individuais dos atletas, geometria da bicicleta e acessórios (capacete, sapatilha...), caso contrario teríamos algo bastante generalista.

Além disso, estas alterações no posicionamento na bicicleta devem ser analisadas de forma ampla com o objetivo de aperfeiçoar o desempenho e conforto sem aumentar o risco de lesões.
Por isso não seja um "Mané" e com o auxílio de um profissional qualificado realize o ajuste o seu ajuste na bicicleta.


O principal desafio do ciclista durante as provas é vencer a resistência do ar em resposta ao aumento da velocidade, especialmente as acima de 30 km/h. Estima-se que 90% da potência produzida durante a pedalada seja utilizada para sobrepor a resistência do ar (García-López, Rodríguez-Marroyo et al., 2008), o que justifica a pedalada em pelotões em provas de ciclismo.

Este fenômeno pode ser analisado utilizando de maneira análoga em termos de grau de resistência ao deslocamento oferecido pelo meio líquido. Obviamente a resistência oferecida pelo ar é menor do que aquela observada no meio líquido devido a sua menor viscosidade.


O padrão ouro para análise do perfil aerodinâmico do ciclista seria a análise do fluxo de ar por meio de avaliação em túnel de vento. Devido ao seu alto custo e complexidade de avaliação, outra técnica pode ser utilizada para o referido fim. A mesma envolve a quantificação da área frontal do ciclista que é exposta à resistência do ar.

Tem se observado que esta variável pode explicar muito do desempenho do ciclista especialmente em provas como o contra-relógio. Para tanto, o instituto de pesquisa em desempenho esportivo da AUT University (www.sprinz.aut.ac.nz) está desenvolvendo estudos para analisar a influência do perfil antropométrico e posicionamento de ciclistas e triatletas de diversos níveis de experiência sobre a área frontal.

Resultados preliminares indicam que a alteração na posição das mãos do ponto extremo do guidão para os cornos inferiores pode reduzir a área frontal em aproximadamente 13%. Esta diferença pode ser traduzida diretamente em redução na resistência do ar e aumento esperado de 3-4 km/h na velocidade de deslocamento do ciclista com base no exemplo acima.

No entanto, alguns aspectos limitantes da mudança na posição das mãos no guidão são o possível aumento da pressão na região do períneo sobre o selim (Gemery et al., 2007) e o risco aumentado de sobrecarga na coluna lombar pelo aumentado ângulo de flexão do tronco (Burnett, Cornelius et al., 2004). Estas alterações no posicionamento na bicicleta devem ser analisadas de forma ampla com o objetivo de otimizar o desempenho e conforto sem aumentar o risco de lesões.

O GEPEC oferece o serviço de avalição de posicionamento incluindo a análise da área frontal. Este serviço pode ser um fator diferencial no desempenho de ciclistas e triatletas, sejam estes competivos ou recreacionais.

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